sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
A menina, a maçã e o cachorro.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Dia de Golconda.
Hoje eu descobri (de verdade) que o corpo também expressa a alma. Que quando se tem muita alegria, transborda-se. Juro que quero aprender a me conter em mim. Mas hoje não foi possível. Hoje eu chovi como o homem de Golconda. Chovi sob a cidade e sobre mim.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Sobre sensibilidade e vida.
O amor dos pais é incondicional, porque aceita-se um filho em qualquer condição humana.
Eu sei disso porque meus pais já viram o pior de mim, na minha parte egoísta e ingrata. Partes que eu tenho vergonha de possuir, mas que me comprovam filha legítima da raça humana. Mas também tenho outras partes que não me foram ensinadas ou impostas. Minha sensibilidade, por exemplo, apesar de me fazer perceber um mundo menos raso e mais intenso, me tem um peso enorme. Fico muito em carne viva, e muitas vezes, sinto que morro por uns instantes. O que eu realmente gostaria, era de ter o poder de escolher em volts a intensidade da carga a ser sentida em determinadas situações.
Ah! Mas como há coisas a sentir na vida!
E vou me fazendo assim, entre erros e acertos, horror e maravilhas de mim. Aprender a viver é ao mesmo tempo o fim e a redenção. Eu tenho certeza de que ainda estou crua, recém chegada no mundo, com meus inúteis 22 anos, mesmo que as vezes me sinta a dona de alguma verdade. Eu ainda não sou gente completa. Ainda tenho uma grande parte indefinida, ignorante e inumana.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Acasomomentanismo.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Abstraindo a vontade.
No cair daquela noite de feriado, forcei uma tentativa de sair com meus amigos.
Estava cansada, exausta, com preguiça da rotina jovem do rio. E fui mesmo assim, contra meu instinto físico.
Ficamos na fila durante duas horas. Faltava pouco mais de meia hora para conseguirmos entrar na boate, quando tive vergonha do meu desejo de desisitir tão perto da porta. Eu sabia que o momento de abandonar a fila tinha ficado para trás. E nos mantivemos ali, naquele monobloco de gente, aguardando uma autorização para abstrair da vida. Finalmente entrei na boate, mas deixei toda a minha vontade do lado de fora. Estava num circo de horror, numa casa de espelhos distorcidos, porque para cada lugar que eu olhava, via os mesmos reflexos. Havia tanta gente parecida com suas camisetas xadrez, seus drinks coloridos, suas expressões sínicas nos olhos, forçando uma falsa bebedeira e nos seus dialetos da moda.
Vi mulheres tão vulgares, desesperadas para esquecerem de sí. Esqueceram também da graça de se ser mulher.
Percebi nos olhos dos homens, um desejo físico de encontrar a mulher mais fora de si para abordar. Como um homem pode desejar uma mulher assim? Quem esta inconsciente de si, está inconsciente de tudo. Qual a graça de só entrar? De não conquistar?
Se passaram 10 minutos, e decidi pagar para evitar a fila da saída. Percebi então que estava fazendo estudo de campo. As pessoas se tornaram animais a serem estudados em seu habitat natural de libido. Comecei a me divertir.
Reparei bem no jogo de sedução entre um fêmea de um bando, e um macho de outro. Ela fez o primeiro sinal, com muita discrição. Era o inicio de um ritual sexual. Olhava fixo para o macho, e se remexia como se ele já a estivesse tocando. Ele começou a se aproximar, lentamente. E quando foi dar o bote e abordar a jovem fêmea, levou um fora humilhante, de um tamanho que não lhe cabia. A fêmea saiu as gargalhadas, como o riso debochado de uma hiena abraçada nas amiguinhas do bando.
Percebi que as coisas estavam fora do lugar. Eu estava fora do lugar, e desejei ser tirada dali, mas por algum motivo, me senti fixada no chão, como se tivesse a obrigação de fazer parte daquilo. Não fiz.
O que fiz foi tentar me projetar em qualquer outro lugar, e fechei os olhos com força para dançar. Mas num feixe de luz forte, não resisti a curiosidade e abri, e vi a realidade da minha noite. Não quis me despedir de ninguém. Fui embora aliviada, por encontrar a minha vontade me esperando do lado de fora.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Sustento.
Existe uma diferença sutil entre o que é desejo nosso e o que é desejo imposto de quem nos quer bem.
Assim como a farsa de um fumante. Ele não percebe mais o que é desejo próprio e o que é necessidade imposta pela nicotina.
É preciso perceber e sustentar as vezes, que o que se quer não é o que outros esperam que a gente queira.
sábado, 26 de setembro de 2009
ôh lá em casa..
sábado, 19 de setembro de 2009
Boa noite.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Espaçamento.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Meu poeta.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Merthiolate.
Ontem fui tentar montar numa bicicleta torta com o banco altíssimo, e antes mesmo de sair do lugar, levei o tombo mais lindo da história.
domingo, 30 de agosto de 2009
Domingueira!
domingo, 23 de agosto de 2009
VERGONHA.
sábado, 22 de agosto de 2009
Adoção.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Folha nova.
sábado, 8 de agosto de 2009
Introspectiva.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Direcional.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Nascimento.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Se lembra?
Viver todo dia é uma nova chance de acordar.
eu escrevi isso a muito tempo atrás, e meu deus!
..como eu era esperta!
Olha você, o que descobri.
Você não se importa tanto como gostaria, porque você acha que já me tem de qualquer jeito. Mas olha você, que estou aprendendo a viver. Dessa forma dolorida e inchada, eu aprendo mais um segredo do mundo. Eu posso escolher. Isso me cabe, e talvez eu não escolha o que você já espera que eu faça. Agora eu quero escolher. E esse é o meu segredo. Eu descobri, sim.
terça-feira, 14 de julho de 2009
A calma do amanhã.
Esta difícil ser. Não quero mais me compartilhar . Me peguei com lagrimas da tarde, e elas escorriam porque eu esta só. Inclusive de mim. Eu estava só, numa tarde, e nem tinha nem a mim mesmo. Eu me deixei, por algum momento, e cansei de ser isso que venho sendo. Estou atrasando a vida do meu outro eu, que quer descobrir o que quer. Eu fico parada, deixo passar o tempo, deixo perder a carona, deixo de chegar na hora, deixo de andar. Eu me deixo e paro pra ver as coisas evoluindo em volta de mim. Eu não. Eu só vou ficando menor, em relação a todo o resto. Uma parte de dentro quer errar, quer arriscar, quer experimentar fazer algo, inclusive feio. A parte que eu mais escuto não me deixa correr o risco de errar, parece que seria humilhação demais pra ela. Fique onde esta! Aonde pensa que vai com essa curiosidade? Você vai errar, e todo mundo vai ver. Vc vai fazer feio, e o feio não é o belo. Não tenha esperanças de ser algo que você admira, menina. Se ponha em seu devido lugar. Você é insuficiente pro mundo.
Eu não quero ser desnecessária. Viver sem necessidade, é viver a morte. E eu tenho tanto medo de morrer.
Mas calma, menina. Calma que você tem toda a vida pela frente.voce tem o amanha, e o que vem é o tudo. É o que você quiser.
sábado, 11 de julho de 2009
Dancing day.
Algo me falta, algo que cismo buscar em outros, por muitos lugares. Uma falta consistente e espaçosa. Talvez eu esteja a procura de algo que falta em mim. Estou me sentindo toda torta, fora de encaixe. Não encaixo no mundo, não encaixo em mim. Como se fosse um quadrado que tivesse que passar por uma área que só abriga um retângulo. Impossível.
Sou uma figura impossível, e quase que desacredito na minha existência. Eu me retirei por um momento ainda que dentro, desse mundo. Não consigo estipular um valor pra mim. Nem o mínimo que valho, e assim vou me matando no mundo. Sou uma pessoa com uma ambição tão vaga, que não tenho ambição alguma. Uma pessoa que não estipula um lugar a se chegar, é uma pessoa que não vai a lugar algum. E quem não vai, pára, morre.
Ah, quer saber? Hoje eu vou sair pra dançar.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Carne e unha.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Eu e o talento dos outros.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Bicho-gente.
domingo, 28 de junho de 2009
Aprendendo a viver.
Acho que quem não sabe lidar com timidez, sou eu.
Fico nessa tentativa desesperada de evitar um silêncio, que as vezes nem é constrangedor. Tento falar, ocupar o ar com sons e palavras, em vez de suportar o instante em que se ficam as falas mudas, que se dão por olhares e articulação desconecta e sem intenção, como a subida de uma mão ao rosto, ou um copo que vai a boca.
O terror vem justamente quando percebo e finalmente escuto as coisas que estou dizendo e não devia, as revelações que faço das minhas incertezas e pondo fim a qualquer mistério.
O mistério de uma mulher é algo difícil de se alcançar. É que para ser misteriosa, é preciso suportar a não revelação. E um de meus grandes ofícios, é o de revelar-me. As pessoas costumam dizer que eu sou exatamente o que passo na primeira impressão.
Acho que vem da infância, época de colégio. Quando antes mesmo de eu ter o direito de escolher quem queria vir a me tornar, já estava sendo definida pelo que os outros pensavam de mim. E como isso me matava um pouco! Devo ter decidido em algum momento, essa espécie de contrato vitalício com a vida, de jamais ser feita pelo que o outro deseja, alem do que realmente sou, posso e quero ser.
Acontece que agora eu já sei de mim. O que ainda falta aprender são esses pequenos limites que ninguém impõe, mas todo mundo sabe da sua existência.
Mas acho que é assim mesmo, me colocando nessas situações em que corro o risco de ser ridícula, e de ficar deslocada dentro de mim, que aprendo a viver.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
The time is running out
domingo, 31 de maio de 2009
MEU.
sábado, 25 de abril de 2009
Dor e Prazer.
Doce desabafo.
sábado, 28 de março de 2009
Meu consciente inconsciente.
os íntimos.
sábado, 21 de março de 2009
segunda-feira, 9 de março de 2009
Viagem.
Viajei, comi, andei e bebi de partes de um mundo que não me pertencia.
Conheci pessoas e lugares que desconhecia, e agora estou de volta para o meu mundo que me aguardava.
Ocorre um choque entre o que tive temporariamente, e o que tenho definitivamente.
É rapido e simples. Um dia estou em paris, no dia seguinte estou no rio.
Sinto o prazer do reecontro com a tristeza da perda. E a vida vai assim, cheia de perdas e ganhos.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
A desordem do processo.
Não suporto a certeza do não saber, e gostaria de garantir uma vida com alegrias, mais isso a gente faz pouco a pouco, com um pé atrás do outro.
Quero reconciliações, que é o encontro perfeito, e também brigas, que é a contestação.
Quero tudo que me cabe. Quero o não querer também, que é a escolha. Quero as superações e os medos, e sentir, o tempo todo. Tenho uma angústia de parar de sentir. O não sentir é a morte. Já morri algumas vezes nessa vida, então suponho que é possivel vive-la também.
Pesamentos me correm, rápidos e aleatórios, e estou aqui, depois de uma noite mal dormida pondo tudo pra fora. Há algum sentido na minha desordem, e isso me acalma.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Viagens!
Toda véspera de viagem me ocorre a mesma rotina.
A insônia evidente, o embrulho estomacal, a ansiedade neurótica, e a tranquilidade nescessária.
estou indo jajá, mas tenho outras vontades por aqui. Estar no Rio, nesse exato momento, tambem me está sendo uma viajem interessante.
E a rotina sentimental, parecida.
delícia de 09!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Universo particular.
Ficamos assim, deitados na varanda, debaixo da lua, no nosso universo particular.
Está abafado, e o vento vem quente em torno de nós dois. Mas não importa, porque não temos hora ou os outros. Não há faltas ou dívidas.
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Mãe.
O carinho é incalculável, a mágoa também. Apesar de fatal, é temporária.
Meu deus, como cabe amor desesperado, em mim.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Transbordei.
Fui duvidar da minha natureza, me sentindo controlada e estável, e era óbvio que o copo só estava enchendo d'água.
É que esses segundos antes de transbordar são muito tentadores.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Bg.
Os cigarros, as bebidas, tudo desnecessáriamente necessário.
Tantas poses, vitrine.
São vultos, alguns parecidos, outros se destacam, mas todos impenetráveis.
Em meio a confusão, acontece de achar um rosto familiar, e derrepente, você não se percebe mais em lugar incomum.
Ficamos todos comuns, e completamente desconectados.
Um lugar sem música, sem cadeira, sem compromisso com nada e mais ninguem.
E volta e meia me pego, apoiada num poste no Bg, exausta, sem compromisso, e desconectada.
Lugar facinante, de uma forma insana.
(insanindade é a palavra da semana)
A loucura ou insânia é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade.
Algumas visões sobre loucura defendem que o sujeito não está doente da mente, mas pode simplesmente ser uma maneira diferente de ser julgado pela sociedade.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Boa noite.
Deixa que eu coma uma uva azeda no jantar, dentre tantas doces.
Quero ver um filme de terror, para ver como estamos superficialmente distintos da insanindade.
Vou telefonar tarde, e te desejar uma noite confortavelmente solitária. Que a sua companhia nao seja um fardo, e sim um presente de sí.
Quero te ver logo, mas por hoje nao.
hoje quero sentir a saudade latejante. Quero te sentir em pulso firme e angustiado.
Deixa que o amanha venha.
até amanhã, minha agradável surpresa.
um beijo.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Doismilenove.
Nao, este ano nao farei promessas que eventualmente nao cumprirei como todas as vezes, esse ano, nao haverá o risco de correr riscos.
Viver, em sí, já vai ser a grande aventura.
E esse ano tenho expectativas de nao criar expectativas, e de nao controlar as surpresas que aparecerem. Esse ano, quero sentir, e nao questionar.
Vou me abrir para os dias de 2009, e deixar o tempo correr com a velocidade que lhe cabe, sem pressa, e sem muita calma.
vou esperar pelas músicas que vao chegar nos meus ouvidos, pelos passeios que farei nos dias de sol e vento, pelas personalidades que encontrarei pela cidade, pelo prazer de superar os medos, pelos filmes que assistirei, e pelo recente prazer descoberto, de me fazer companhia.
domingo, 4 de janeiro de 2009
Composição humana.
Sou o que se vê como desleixada, enrolada, atrasada. E sou tudo isso, por causa da minha busca histérica á minha perfeição. Vivo me arranhando na vida.
É não aceitando o erro que ensina, mas sim o acerto nunca tentado, saber o novo antes mesmo, já sendo velho.