sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O momento do tempo.

O silêncio no meu quarto era absoluto. De tal maneira que chegava a ser de um incomodo inesperado.

Foi quando percebi que precisava encontrar as pilhas. Olhei gaveta por gaveta com certa pressa, ansiosa para o que viria a acontecer caso as encontrasse. Pensei se realmente desejava o que estava supondo, se isso seria logicamente possível. Logo eu, que por toda vida, lutei arduamente contra ele! Tive até que forjar sua morte, defendendo sua inexistência. Ele que me cobrava tanto, me exigia demais.

Mas por algum motivo, nesse preciso momento, se tornou meu maior desejo. Quero com uma força devassadora, como jamais pude imaginar ser capaz de desejar. E o fiz. Coloquei as pilhas de volta no meu relógio de parede, dando mais uma vez, vida ao maior temor da minha história. O tempo. Sua existência independente das minhas ações e desejos. O tempo que por tanto tempo me foi fatal. Ouvir o soluço ininterrupto dos ponteiros, sempre á frente de mim, era sofrimento demais. Mas agora são tempos de paz. Precisamos ser cúmplices e companheiros, aliados numa mesma causa: Minha Existência. Quero vivê-lo de todas as formas que me forem possíveis. Quero sentir sua presença física no meu quarto. Preciso percebê-lo tão orgânico quanto minha respiração. E talvez assim, pela primeira vez na minha vida, eu exista de fato.

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais uma vez.


Ficamos numa luta constante em descobrir quem somos, que esquecemos de agir. O nosso ato no mundo, é o que nos define.
Descobrir isso me paralisou por inteira. Preciso mais uma vez superar o medo do erro. O medo de descobrir minhas limitações e minha profundidade. Medo de perder o foco e o ar, e me afogar sozinha.
Mas ter o fôlego de ir até o final também me assusta.
Preciso de menos medo, de novo.