quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Saudade.

Nunca utilizei tanto essa palavra na minha vida como nos últimos dias. Assim como ela, você também faz parte do meu novo vocabulário. E é sinônimo de tanta coisa que me faz bem! Vou aprendendo a te dizer e a te ouvir, testando e errando, as vezes acertando, arriscando. Vamos nos encontrando entre tantas palavras, mas a que nos foge em ser dita e escrita nao é para ser lida! Deixa sentida, subentendida. E rima com tanta coisa bonita. Nosso sabor.

domingo, 10 de outubro de 2010

Reticencia desgostosa.

Não escolher é uma escolha.
Preciso parar de me sabotar..
de novo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O momento do tempo.

O silêncio no meu quarto era absoluto. De tal maneira que chegava a ser de um incomodo inesperado.

Foi quando percebi que precisava encontrar as pilhas. Olhei gaveta por gaveta com certa pressa, ansiosa para o que viria a acontecer caso as encontrasse. Pensei se realmente desejava o que estava supondo, se isso seria logicamente possível. Logo eu, que por toda vida, lutei arduamente contra ele! Tive até que forjar sua morte, defendendo sua inexistência. Ele que me cobrava tanto, me exigia demais.

Mas por algum motivo, nesse preciso momento, se tornou meu maior desejo. Quero com uma força devassadora, como jamais pude imaginar ser capaz de desejar. E o fiz. Coloquei as pilhas de volta no meu relógio de parede, dando mais uma vez, vida ao maior temor da minha história. O tempo. Sua existência independente das minhas ações e desejos. O tempo que por tanto tempo me foi fatal. Ouvir o soluço ininterrupto dos ponteiros, sempre á frente de mim, era sofrimento demais. Mas agora são tempos de paz. Precisamos ser cúmplices e companheiros, aliados numa mesma causa: Minha Existência. Quero vivê-lo de todas as formas que me forem possíveis. Quero sentir sua presença física no meu quarto. Preciso percebê-lo tão orgânico quanto minha respiração. E talvez assim, pela primeira vez na minha vida, eu exista de fato.

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais uma vez.


Ficamos numa luta constante em descobrir quem somos, que esquecemos de agir. O nosso ato no mundo, é o que nos define.
Descobrir isso me paralisou por inteira. Preciso mais uma vez superar o medo do erro. O medo de descobrir minhas limitações e minha profundidade. Medo de perder o foco e o ar, e me afogar sozinha.
Mas ter o fôlego de ir até o final também me assusta.
Preciso de menos medo, de novo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Manhã.

Passei praticamente uma semana no meu apartamento, entre uma gripe e outras fraquezas. Os corredores de noite, tornaram-se gélidos labirintos de concreto. Estou precisando de uma manhã de sol e grama. Quero sentir calafrios de calor, quebrando o gelo da manhã. A grama, úmida de orvalho, endurecida como corpo excitado.
Quando o dia ainda não despertou por completo e os raios quentes ainda ganham terreno, tudo parece retomar a vida como o despertar de um sonho profundo. De repente eu tenho um dia inteiro de escolhas pela frente. E esse único dia parece imenso.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

A procura

Vou ver se me acho em Paraty.
Um beijo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tic –Tac.

Já no final de mais um dia frustrante na minha vida, no momento de me entregar para o delírio salvador do sono, percebi que viveria mais uma noite dilacerante de insônia.

O passar dos ponteiros do meu relógio de parede, apressados, cortantes, no meio daquela noite incrivelmente morta e silenciosa, era como uma tortura infinita e apressada. Tinha a impressão de que só havia aquele ruído ensurdecedor em todo o mundo. Tentava distrair minha audição, me concentrando em outros ruídos tímidos, que só surgiam com muita concentração. Eram abafados e não representavam tamanha ameaça como os soluços contínuos dos ponteiros.

De fato, sempre estive atrasada na vida. Para ir no cinema, para passar no colégio, para superar os medos. Mas esse ano em especial, o tempo me tem sido mais fatal. Foi quando, num estalo repentino de uma idéia brilhante, tirei as pilhas do maldito cuco de parede, e pousei aliviada, minha cabeça sob a fronha fresca, recém trocada.

Mas uma outra batida contínua surgiu das entranhas do meu travesseiro. Pensei ser um vestígio do barulho já acostumado, mas ele crescia a medida em que eu pensa. Então, finalmente indiferente, percebi que meu coração ansioso pulsaria por mais uma longa noite de segunda feira.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Aonde vivem os mostros.

Minha infância e todas as suas verdades foram desnudas em público. Todos os meus maiores anseios, muitos tão definitivos e outros tão secretos foram revelados numa grande sala de cinema ocupada inclusive, com pessoas que não estavam á altura de tamanho exclarecimento. Tem gente que simplesmente não merece receber um segredo tão íntimo. Mas na verdade não importa que o tenham recebido, porque sua percepção do mundo é tão rasa, que não vão nem saber o que fazer com esse presente entregue tão de graça, e tão rico.

Descobri que vivi de fato, a minha realidade abstrata. Que ela existiu, assim como a certeza que temos da coisa mais fatal. O filme e a vida, ensinam da mesma forma.

Através do fictício, aprendemos o caminho para as saídas do real, onde realmente não somos rei de nada e ninguém. Por isso a fantasia, a fuga para um mundo interior. É a busca por uma função a altura de nossa ambição. O de querer ser o deus do mundo, o criador e a criatura. Agora, o que já foi minha insanidade(minhas aventuras de infância) hoje se revelam meus passos naturais para o mundo. Eu não era insana, eu não vivia mentiras. Vivia verdades inventadas, adaptadas.

Criança é a liberdade concreta.

É o mais Próximo que podemos chegar de uma liberdade autêntica, que não tem sua essência sabotada pelo medo do ser humano em ser humano.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A caminhada.

Tem gente que passa a maior parte da vida revendo as decisões do passado, como se pudessem mudar seu futuro.
É preciso parar de voltar no tempo, porque cada busca no que já ficou, é uma oportunidade perdida de perceber o que vem na frente. Assim a vida que deveria ser percebida longa, passa rápido. Cada vida nossa é eterna, em seu contexto. Pensar nas vidas passadas é desperdiçar a única que se tem consciência viva e ativa.
Quero viver essa minha vida, com o máximo que eu for capaz de prover para ela. E olha que eu já perdi um bom tempo. E viver não é necessariamente se arriscar, mas construir um caminho emocional e concreto a se chegar em algo em que se acredita e descubra um valor.
Um projeto improvisado, montado as poucos, como o passar das pernas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010


De volta á labuta!

Tantas providências antigas, e tantas novas que se aproximam.
Já viraram pendências, e eu já estou na dívida. Atrasada, para o ano que mal chegou. 
O reveillon é uma varsa, o ano nunca termina. O que chega é a extensão do que termina, e não há férias, só a ilusão de merecê-las.
Eu caí na farsa, acreditei nos dias de folga, e não sei como voltar para a realidade que nunca deixou de estar.
Acreditar que terminamos de cumprir com todas as nossas obrigações?  Nós estamos em eterna dívida, porque o homem é fraco demais para viver sem rotina, ele não aguenta realizar o tamanho de sua insignificância. Para isso cria suas rotinas, para acreditar que tem alguma função no mundo. Talvez até tenha, mas ainda assim pequena para toda a sua ambição.
Nós devemos, antes de para com os outros, com a gente. Eu não mereço essa passagem, esse tempo livre.
Quase acreditei nele, quase nadei ás braçadas na mentira. Agora preciso sair da piscina, desse falso útero confortável que não passa de uma caixa aberta com água e fluor.  É preciso pisar novamente no chão quente de terra, e voltar ao trabalho de dar sentido a minha vida.