domingo, 28 de junho de 2009

Aprendendo a viver.

Acho que quem não sabe lidar com timidez, sou eu.

Fico nessa tentativa desesperada de evitar um silêncio, que as vezes nem é constrangedor. Tento falar, ocupar o ar com sons e palavras,  em vez de suportar o instante em que se ficam as falas mudas, que se dão por olhares  e articulação desconecta e sem intenção, como a subida de uma mão ao rosto, ou um copo que vai a boca.

O terror vem justamente quando percebo e finalmente escuto as coisas que estou dizendo e não devia, as revelações que faço das minhas incertezas e pondo fim a qualquer mistério.

O mistério de uma mulher é algo difícil de se alcançar. É que para ser misteriosa, é preciso suportar a não revelação. E um de meus grandes ofícios, é  o de revelar-me. As pessoas costumam dizer que eu sou exatamente o que passo na primeira impressão.

Acho que vem da infância, época de colégio. Quando antes mesmo de eu ter o direito de escolher quem queria vir a me tornar, já estava sendo definida pelo que os outros pensavam de mim. E como isso me matava um pouco! Devo ter  decidido em algum momento, essa espécie de contrato vitalício com a vida, de jamais ser feita pelo que o outro deseja, alem do que realmente sou, posso e quero ser.

Acontece que agora eu já sei de mim. O que ainda falta aprender são esses pequenos limites que ninguém impõe, mas todo mundo sabe da sua existência.

Mas acho que é assim mesmo, me colocando nessas situações em que corro o risco de ser ridícula, e de ficar deslocada dentro de mim, que aprendo a viver.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

The time is running out

Preciso parar de gostar de quem nao gosta de mim, procurar as coisas que nao sei onde guardei  e querer todas as coisas que nao posso ter.

chega de tanto tempo perdido. 

Falando em tempo perdido..
estou percebendo que o fato de eu nao saber exatamente o que fazer da minha vida, nao me dá o direito de atrasar o tempo. ele continua, com a velocidade que lhe cabe, e nada pode mudar isso.
A angustia vem, justamente por perceber que ele nao espera a gente, e fico aqui,  perdida nesse tempo todo meu.  Acabo sempre olhando para o relógio dos outros. Parece que todos estão andando junto com os ponteiros, um passo logo atrás do outro, enquanto que eu me vejo assim, parada no tempo. 
As vezes acompanho um ou outro segundo, mas nao duro nem um minuto.
Um dia eu ainda aprendo a correr na velocidade que é, viver.