quinta-feira, 20 de novembro de 2008

De repente condenado.

Existe uma mãe. Existe um filho.
Agora, o que acontece para que a ordem dos fatores se mantenha assim, e que exista entre eles, uma relação hierárquica, é o grande barato.
Vamos lá, um filho. SEU filho.
Um joelhinho feipa* que sai de dentro de voce. (De dentro, mesmo)
Ai ele cresce como um filhote de hamster. Sem muitos pêlos, sem muito corpo..e de repente ele cresce ao ponto de te perguntar sobre os fatos da vida. Digo dos fatos básicos mesmo. Porque o ceu é azul, porque 1+1=2, porque ele tem que comer legume, uma cacetada de porquês.
E aí a gente protege ele de coisas que serao inevitaveis no futuro nao tao distante, com a certeza de preservar uma juventude sadia. entao esse tempo passa, e ele entra nos temas:trabalho, sexo, drogas, e rock'in roll entre outros. Okei, acabou-se a inocência. e de repente, ele nao se sente mais confortável em conversar com voces, pais, sobre a vida adolescente/adulta. De repente tudo vira tabu, tudo vira segredo, e pais e filhos praticamente passam a ter relaçoes exclusivas.
de repente o filho percebe que os pais sabem o que é o sexo, drogas, e essa nescessidade de se seguir um certo estilo para se enquadrar em algum lugar. esse estilo é o que define as suas companhias, os lugares a se frequentar, o tipo de musica..um verdadeiro way of life.
De repente esse filho cresce tanto, que vira adulto. E está condenado a fazer coisas parecidas com os seus pais. A ter trabalhos verdadeiramente remunerados, verdadeiramente frustrantes, cansativos, importantes, desinteressantes, interessantes, enfim.
De repente esse filho que não é nunca mais menino e sim um homem, e passa a querer fazer sua própria família interna, e estabilizar para si, e para os outros, no mundo.
E de repente ele vira pai.
Um pai, que tem um filho.
Todo pai é filho, e todo filho está condenado a ser pai.

Dizem que não se deve ter mais de uma mão mexendo na receita, que sai solado, que alguma coisa sai diferente. Mas somos milhares, com a mão na mesma massa, então não podemos nos surpreender com o resultado final. Com a tendência da mudança de sabor.

Feipa* - feio pacaralho

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