domingo, 24 de janeiro de 2010

Aonde vivem os mostros.

Minha infância e todas as suas verdades foram desnudas em público. Todos os meus maiores anseios, muitos tão definitivos e outros tão secretos foram revelados numa grande sala de cinema ocupada inclusive, com pessoas que não estavam á altura de tamanho exclarecimento. Tem gente que simplesmente não merece receber um segredo tão íntimo. Mas na verdade não importa que o tenham recebido, porque sua percepção do mundo é tão rasa, que não vão nem saber o que fazer com esse presente entregue tão de graça, e tão rico.

Descobri que vivi de fato, a minha realidade abstrata. Que ela existiu, assim como a certeza que temos da coisa mais fatal. O filme e a vida, ensinam da mesma forma.

Através do fictício, aprendemos o caminho para as saídas do real, onde realmente não somos rei de nada e ninguém. Por isso a fantasia, a fuga para um mundo interior. É a busca por uma função a altura de nossa ambição. O de querer ser o deus do mundo, o criador e a criatura. Agora, o que já foi minha insanidade(minhas aventuras de infância) hoje se revelam meus passos naturais para o mundo. Eu não era insana, eu não vivia mentiras. Vivia verdades inventadas, adaptadas.

Criança é a liberdade concreta.

É o mais Próximo que podemos chegar de uma liberdade autêntica, que não tem sua essência sabotada pelo medo do ser humano em ser humano.

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