terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O resgate.


Estou oca. Estou oca e preciso produzir alguma coisa com urgência!
Logo eu, que tenho vivido uma vida cheia de amor! Me sinto inundada da melhor forma, desse melado denso e fresco de quem ama e é amado. Mas talvez falte um pouco do meu amor próprio, já que sou nova nisso de amar alguem. Acho que acabei esquecendo um pouco de mim. É que vicia querer cuidar do outro. Ficamos com uma falsa sensação de dever e de sentido na vida, quando na verdade não estamos aqui para salvar ninguem. Mal damos conta da nossa própria vida!
E no fundo as pessoas não querem ser salvas. Nessa brincadeira de socorrer, acabei engolindo muita água. Mas se acalma, Mariana. Vamos lá, buscar algum ar para subir com força.
Será que um dia eu aprendo a nadar nesse mar sem me afogar?

- Na tentativa!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Saudade.

Nunca utilizei tanto essa palavra na minha vida como nos últimos dias. Assim como ela, você também faz parte do meu novo vocabulário. E é sinônimo de tanta coisa que me faz bem! Vou aprendendo a te dizer e a te ouvir, testando e errando, as vezes acertando, arriscando. Vamos nos encontrando entre tantas palavras, mas a que nos foge em ser dita e escrita nao é para ser lida! Deixa sentida, subentendida. E rima com tanta coisa bonita. Nosso sabor.

domingo, 10 de outubro de 2010

Reticencia desgostosa.

Não escolher é uma escolha.
Preciso parar de me sabotar..
de novo.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O momento do tempo.

O silêncio no meu quarto era absoluto. De tal maneira que chegava a ser de um incomodo inesperado.

Foi quando percebi que precisava encontrar as pilhas. Olhei gaveta por gaveta com certa pressa, ansiosa para o que viria a acontecer caso as encontrasse. Pensei se realmente desejava o que estava supondo, se isso seria logicamente possível. Logo eu, que por toda vida, lutei arduamente contra ele! Tive até que forjar sua morte, defendendo sua inexistência. Ele que me cobrava tanto, me exigia demais.

Mas por algum motivo, nesse preciso momento, se tornou meu maior desejo. Quero com uma força devassadora, como jamais pude imaginar ser capaz de desejar. E o fiz. Coloquei as pilhas de volta no meu relógio de parede, dando mais uma vez, vida ao maior temor da minha história. O tempo. Sua existência independente das minhas ações e desejos. O tempo que por tanto tempo me foi fatal. Ouvir o soluço ininterrupto dos ponteiros, sempre á frente de mim, era sofrimento demais. Mas agora são tempos de paz. Precisamos ser cúmplices e companheiros, aliados numa mesma causa: Minha Existência. Quero vivê-lo de todas as formas que me forem possíveis. Quero sentir sua presença física no meu quarto. Preciso percebê-lo tão orgânico quanto minha respiração. E talvez assim, pela primeira vez na minha vida, eu exista de fato.

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais uma vez.


Ficamos numa luta constante em descobrir quem somos, que esquecemos de agir. O nosso ato no mundo, é o que nos define.
Descobrir isso me paralisou por inteira. Preciso mais uma vez superar o medo do erro. O medo de descobrir minhas limitações e minha profundidade. Medo de perder o foco e o ar, e me afogar sozinha.
Mas ter o fôlego de ir até o final também me assusta.
Preciso de menos medo, de novo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Manhã.

Passei praticamente uma semana no meu apartamento, entre uma gripe e outras fraquezas. Os corredores de noite, tornaram-se gélidos labirintos de concreto. Estou precisando de uma manhã de sol e grama. Quero sentir calafrios de calor, quebrando o gelo da manhã. A grama, úmida de orvalho, endurecida como corpo excitado.
Quando o dia ainda não despertou por completo e os raios quentes ainda ganham terreno, tudo parece retomar a vida como o despertar de um sonho profundo. De repente eu tenho um dia inteiro de escolhas pela frente. E esse único dia parece imenso.